domingo, junho 19, 2011

A beleza do subentendido

A prova de que eu sou mutável pode ser conferida através da leitura deste post.

Desde SEMPRE achei a música do Lulu Santos, "APENAS MAIS UMA DE AMOR", muito linda, porque inclusive me identificava com ela.
Não é novidade que o amor, na sua forma platônica, sempre teve uma predileção em bater às portas do meu coração. E isso desde minha tenra idade. E, por isso mesmo, consequência disto, logrei admiração pelas musiquinhas que tem como plano de fundo os amorecos imaginários!
A verdade é que quando somos adolescentes achamos graça manter um sentimento tão bonitinho escondido dentro de nós, ficamos vários momentos dos nossos dias pensando, imaginando em estar e como estar com a pessoa que mais queremos bem do mundo. Afinal, quase tudo nesse período platônico gira em torno e prol do amoreco. Por isso a música é tão linda: "eu acho tão bonito isso de ser abstrato baby...."
Com o decorrer dos anos e maturidade que se alcança, além das próprias experiências sentimentais que a vida têm me proporcionado, mudei de opinião, obviamente!
Comecei me questionando o porquê de se deixar tão subentendido, oculto, às sete chaves, um sentimento amoroso por alguém. Será realmente que existe beleza no subentendido?
Claro que não vou afastar que um pouco de mistério faz bem, sempre tem que ter. Mas hoje acredito muito mais que o fato de se esconder um sentimento de alguém é um ato totalmente egocêntrico, egoísta. Certo é que falo de modo geral, existem situações que seja melhor realmente se calar, seja porque aquilo de fato já está fadado a ser infrutífero por condições temporais externas adversas, rsrsrs, a existência de um terceiro oficial é um bom exemplo disso.
Mas, calar-se por pura timidez ou pelo medo de levar um fora e ver desmoronar o cenário imaginário perfeito de um romance ideal é FRAQUEZA!!! Como bem ressalta o Lulu:"pode até parecer fraqueza, pois que seja fraqueza então..."
Pois então, por muitas vezes quis assumir a condição de fraca emocional, me refugindo numa alegria ilusória, num sentimentalismo adolescente ingênuo, deixando que fosse apenas mais uma de amor...mais um platônico para minha lista.
Mudei. Acredito que o outro tem o direito de saber que existe alguém que sente algo a mais por ele. Poxa, faz bem querer bem (além do ego, rs). Acredito que só existe um caminho de se saber se aquilo pode ou não se tornar real, como? Contando, se declarando, declamando, conversando, se abrindo, como quer que você, caro leitor, queira denominar este momento. Uma boa conversa é a ponte possível (ou não) do sonho para a realidade. É onde se transmuda a realidade, aliás onde a realidade é posta como "cartas claras sobre a mesa"...
Quando se canta com música "é como uma ideia que existe na cabeça e não tem a menor obrigação de acontecer"... vejo tanto mentira, tanta ilusão, porque se quer na verdade que aconteça!
É tão injusto o amor platônico, tanto pra quem sente, ante o martírio diário que se vive com o dilema conto, não conto, quanto para o bem amado, que talvez nunca saiba que existia (existe) alguém que lhe ama e quer seu bem.
Bom, crítica pessoal à parte e mudança de postura idem, não retiro a beleza da música, tanto que até hoje a canto, a recordo, mas não mais a pratico, pelo menos não totalmente! rsrs


Amem de sua maneira própria e sejam felizes, verdadeira e fatidicamente!


"O seu amor
                                                                      Ame-o e deixe-o
Livre para amar
Livre para amar
                                                                    Livre para amar
O seu amor
Ame-o e deixe-o
                                                                    Ir aonde quiser" (Doces bárbaros)

3 comentários:

  1. Poxa, bonitas palavras. Amor platônico nunca fez parte da minha vida, sou mais do time das que amam quem não as ama (snif,snif), mas creio que todo amor deve ser declarado porque isso faz bem a quam ama e a quem é amado. Até que algum dia, por alguma mágica, sei lá, se unam os amados/amantes

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  2. Deli Deli00:16

    Que texto maravilhoso. Vc escreve muito bem e abordou um tema que gravita em torno da vida de muitas pessoas. parabéns pela bela avaliação, não só pessoal, mas a respeito da coragem e busca de tornar o imaginário real.

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  3. Anônimo22:40

    Filha a beleza das coisas esta justamente nas coisas. Palavras somente efeito que tem a palavra de poder quando ditas e não somente imaginadas. Não se pode esconder uma candeia debaixo da cama, mas deve-se colocar em lugar alto para que se cumpra a função dela, a de iluminar, assim não se deve esconder o que se pensa, antes com sabedoria deve-se revelar o oculto.

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